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Mostrando postagens de outubro, 2017

Por uma garrafa de uísque

Aquele dia foi peculiar, mesmo para alguém como eu. Acordei com a cabeça doendo, resultado do excesso de álcool da noite anterior. Não conseguia lembrar como fora parar ali, mas sabia que estava em casa, na minha cama mofada e fétida. Tudo fedia no meu apartamento. A umidade pegajosa fazia as paredes exalarem um odor insuportável, que se misturava ao cheiro de comida apodrecida que vinha da pia e do fogão; o sofá era um monte de pano velho, poeira e pulgas; minha cama era muito antiga, e o colchão não passava de uma tira fina de espuma, que transformava as horas de sono em dores nas costas. E era só isso, um único cômodo sujo e bagunçado. O cheiro daquele lugar era inconfundível, e quando acordei tive certeza de que estava em casa. Levantei e me vesti. Na verdade apenas joguei o casaco velho sobre os ombros, pois havia dormido com a roupa do dia anterior, nem mesmo havia tirado as botas surradas. Ao pôr os pés na rua, percebi que não tinha para onde ir. Caminhei sem destino pelos