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Mostrando postagens de junho, 2019

A Piscina de Betesda

Pieter Aertsen A porta das ovelhas não mais existe O tanque onde as águas curavam está vazio Somente indesejáveis, leprosos e inválidos, persistem Transeuntes torcem o nariz, ébrios de ódio febril Para eles apenas a desgraça ali reside Cegos, riem por não enxergar a Graça e nem o brilho Pois brilha a voz dos cantores leigos e insistentes E os versos acalorados de poetas em exílio Distantes por cantarem verdades prementes Na fumaça do tabaco os evitados se abraçam em alívio Por ter em Betesda conforto e irmandade ardente E joelhos se dobram, do Cordeiro vem o auxílio Num mundo de carne, de euforia demente Os inválidos festejam na alegria do Altíssimo Que os uniu na busca da Verdade, e isso só eles entendem Cresce a tapeçaria de dourado fio Reunindo louvores de diversas gentes Imagens felizes de sorrisos sofridos É assim que vivem, à beira da piscina, os doentes Rejeitados e cuspidos pelos orgulhosos filhos Do mundo sem cor, da vida dopada, da histeria estr