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Mostrando postagens de setembro, 2011

Cotidiano 23

Na estação, todos os trens são idênticos. Todos as pessoas são a mesma criatura, inimigos incansáveis ao seu redor, presença constante nos dias felizes e nos dias tristes. E você é só um grão de poeira no vento, apenas uma alma que se perde nos gritos. Sem enxergar a vida ao seu redor, vendo apenas o ar imundo da cidade, o silêncio de dentro é mortal, é nocivo, enquanto os trens urram sem parar, enquanto os outros vomitam palavras. Hoje você é um deles, amanhã você os repudia. E o mundo te molda, argila. O mundo te moldou, fez o que quis com você,  e a vida te transformou, te criou. Veja a mancha à sua volta, a velocidade das pessoas, correndo, um borrão. Você faz parte disso, desse tudo imundo. Agora você destrói tudo dentro de si. Suas veias latejam, pois o ciclo acabou. Só o que resta é uma canção bonita quando você apaga os terrores que viveu. As manchas do passado desaparecem quando você incendeia e se livra do teu mal. E enquanto você destrói esse m

Felicidade

Felicidade é um castelo onde o tempo congela, cujos muros invencíveis não envolvem tudo mas protegem tudo o que importa. Felicidade é um campo verdejante onde o tempo é amigo, cuja grama macia não é o berço de tudo mas conforta tudo o que importa. Felicidade é uma montanha onde o tempo voa devagar, cujo pico alvo não toca o céu mas indica a direção. Felicidade é uma ilha onde o tempo preguiçoso, cujas casas brancas não são mansões suntuosas mas são as casas mais belas do mundo. Felicidade é um beijo no qual o tempo não existe, cujos lábios amantes não ficarão unidos em todos os momentos mas são instantes de vida eterna. Felicidade é uma canção na qual o tempo é infinito, cuja melodia suave não é a melodia mais perfeita mas nenhum bardo faria algo tão belo. Sem votos de beleza eterna, a Corça Felicidade corre livre. Eu, Caçador, não me canso. Coruja ao meu lado na Grande Caçada, olhos astutos que me guiam eternamente... 14/09/2011.