Na estação, todos os trens são idênticos. Todos as pessoas são a mesma criatura, inimigos incansáveis ao seu redor, presença constante nos dias felizes e nos dias tristes. E você é só um grão de poeira no vento, apenas uma alma que se perde nos gritos. Sem enxergar a vida ao seu redor, vendo apenas o ar imundo da cidade, o silêncio de dentro é mortal, é nocivo, enquanto os trens urram sem parar, enquanto os outros vomitam palavras. Hoje você é um deles, amanhã você os repudia. E o mundo te molda, argila. O mundo te moldou, fez o que quis com você, e a vida te transformou, te criou. Veja a mancha à sua volta, a velocidade das pessoas, correndo, um borrão. Você faz parte disso, desse tudo imundo. Agora você destrói tudo dentro de si. Suas veias latejam, pois o ciclo acabou. Só o que resta é uma canção bonita quando você apaga os terrores que viveu. As manchas do passado desaparecem quando você incendeia e se livra do teu mal. E enquanto você destrói es...