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Tudo é cinza neste dia.
Tudo está vazio. E morto.
Cinza, vazio e sem vida.
E inútil é o esforço
ao enfrentar esse vazio
que, palpável, tomou meu corpo.
Existe um certo pássaro,
meu orgulho, amor e paixão,
sabedoria jovem, tenra,
tantas vezes em meu coração
que minha alma já não conta,
tamanha é nossa perfeição.
Que todos vejam quão maldita
e desgraçada é minha sorte,
tormenta vil sob minhas asas.
Ela, a Coruja do Norte,
a minha metade perfeita,
ao voar trouxe-me a morte.
Mas foi tão belo nosso vôo!
Nós percorremos todos os céus,
e planamos sobre os ventos.
Juntos rasgamos o tênue véu
que separa todas as vidas,
nos versos do grande menestrel.
Nossas asas batiam juntas,
e todos nos admiravam.
Pois nos amamos tantas vezes,
que ao redor cores brilhavam,
reflexos de seus lindos olhos
que a mim tanto encantavam.
Amantes como nós, nunca,
nunca, jamais a Terra verá!
Como Afrodite e Ares,
um amor que sempre arderá,
com guerras e gritos de prazer,
um amor que nunca morrerá.
Mas desta vez nós dois falhamos.
Em nós o orgulho explodiu.
Mas eu ainda quero lutar,
lutar contra o maldito frio
que tenta nos separar, matar.
O Dragão ainda não caiu.
Há fogo em minhas entranhas,
lava que vem de meu coração.
No vazio meu peito arde,
sangra e vomita o vulcão.
Não posso, não quero esperar
outra vez na Terra do Verão.
Enquanto isso, o vazio.
Ao meu redor e dentro de mim.
Tão cinza, frio e sem vida,
um maldito abismo sem fim
que quer me engolir inteiro.
Mas eu não quero morrer assim.
Marlon Weasdor, 02/08/2010
Sobre tempos malditos de destruição que, felizmente, foram deixados para trás.
Tempos que eu prefiro esquecer, e jogar fora.
Mas as lembranças vão embora, e sobram as palavras do poema, que mesmo sendo triste e ressentido, tem um certo valor.
Vivi isto, mas esta história já não é minha.
Agora eu vivo poemas felizes.
Belíssimo e prazeroso poema.Visite-me quando tiver um tempinho ok.Abraços.http://alexmenegueli.blogspot.com.br/
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