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Mas isso foi na sua juventude, há alguns milênios, quando ele era soberano e respeitado. Pois agora as pessoas o desprezam, têm medo de sua sombra titânica manchando os gramados e o atacam. Último de sua espécie, ele decidiu se recolher ao interior de sua caverna milenar, onde gozou de uma paz silenciosa por muitos anos, adormecido na maior parte do tempo.
Não era tão agradável quanto aproveitar o ar livre e sentir o vento em suas escamas, mas ele se acostumou. Passou a apreciar a caverna, conhecia cada centímetro, galeria, vão e reentrância. Vivia bem ali.
Acontece que as pessoas não estavam felizes, ainda não. Não se contentavam em saber que existia apenas um dragão vivo, eles queriam sua extinção. Invadiram seu lar enquanto ele dormia, quebraram o silêncio, e com descarada ousadia o atacaram. Seu sangue maculou as pedras sagradas sobre as quais se deitava, e seus urros agitaram as bases da montanha.
Nunca foi da índole do dragão atacar seres tão inferiores e indefesos, mas sua vida corria perigo. Lanças, estacas, flechas e espadas atacavam-no de todos os lados, sem piedade alguma, e ele precisou se defender. Chamas surgiram em seu interior, e de sua boca voou uma tremenda bola de fogo, cuja explosão levou a vida de todos ao seu redor. Carne e ossos foram queimados, roupas desapareceram, o metal das armas se fundiu com as rochas e o ouro dos adereços derreteu. Ele só queria paz.
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Marlon Weasdor, 22/03/2013.
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