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Vulcões e lençóis


Na calmaria da noite ele a tomou nos braços, e o mundo se transportou para outra realidade. Só havia a luz fraca da noite inundando o quarto numa atmosfera surreal, quase fantasmagórica. Os lábios dos dois se uniram num misto de carícia e luta, um beijo agressivo mas cheio de dança, no qual as línguas se cortejavam com suavidade e movimentos lascivos.

"A noite é testemunha
da paixão que ilumina a cena
fogueira antiga e sagrada
cujo fogo nunca deixará de arder."

Murmúrios de amor se fizeram ouvir, enquanto o fôlego se dissolveu com a energia que os dois corpos emanavam. As mentes se esvaziaram enquanto os olhos de ambos se encontraram na meia luz, olhos famintos, desejando devorar cada milímetro de pele.

"E tanto se admiravam
tanto se desejavam
que somente a união física
expressaria o amor que sentiam."

O incêndio iluminava o quarto. A briga dos lábios continuava, enquanto os corpos dançavam, lutavam, agrediam, acariciavam. Na expressão máxima do amor os sussurros já não eram mais sussurros, e o suor brotava da pele de ambos, intenso calor que ardia nos lençóis, testemunhas de uma batalha etérea acima do compreensível. Num crescendo constante o frenesi dos dois entrou em erupção, e vulcões rasgaram a terra.

"Como raio de tempestade uivante
o prazer explodiu em seus corpos
misturado a um amor límpido
brilhando mais que o Sol."
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14/03/2013.

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